Payload Logo
Neurologia

Análise de Marcha: Compreendendo as Marchas Patológicas e Suas Características

Date Published

Análise de Marcha: Compreendendo as Marchas Patológicas e Suas Características

A análise de marcha é um tema essencial na fisioterapia, especialmente quando se trata de identificar e entender as marchas patológicas. Neste artigo, vamos explorar os diferentes tipos de marchas anormais, suas causas e como elas afetam a mobilidade.

ciclo_da_marcha_treino_em_foco_analise.jpg

O Ciclo Normal da Marcha

A marcha normal é dividida em duas fases principais: a fase de apoio (60% do ciclo) e a fase de balanço (40%). A fase de apoio inclui o duplo apoio inicial (10%), o apoio simples (40%) e o duplo apoio terminal (10%). Já a fase de balanço é responsável pelo movimento do membro no ar.

Marchas Patológicas: O Que São?

As marchas patológicas são alterações no padrão de caminhar, causadas por condições neurológicas, ortopédicas ou musculares. Alguns exemplos incluem:

1. Marcha Hemiparética (Hemiparética Espástica)

  • Ocorre em pacientes com hemiparesia (fraqueza em um lado do corpo).

  • Caracterizada por rigidez, membro superior flexionado e membro inferior estendido.

  • O paciente faz um movimento de circundução (levanta a perna em um semicírculo).

  • Dificuldade em apoiar o peso no lado afetado.

2. Marcha Parkinsoniana

  • Comum na doença de Parkinson.

  • Passos curtos e numerosos (festinação).

  • Pouca oscilação dos braços.

  • Postura inclinada para frente.

  • Marcha em bloco (pouca dissociação de movimentos).

3. Marcha Escarvante

  • Causada por fraqueza nos dorsiflexores do pé (nervo fibular).

  • O paciente levanta o pé excessivamente para evitar arrastar os dedos.

  • Excesso de flexão de quadril e joelho.

4. Marcha Atáxica (Cerebelar)

  • Instável, com base alargada.

  • Parece a marcha de uma pessoa embriagada.

  • Dificuldade em manter o equilíbrio.

5. Ataxia Sensorial

  • Ocorre em lesões das vias proprioceptivas (ex: neuropatias).

  • Piora com os olhos fechados.

  • O paciente usa a visão para compensar a falta de sensibilidade.

6. Marcha Anserina (de pato)

  • Causada pela fraqueza dos músculos proximais (especialmente glúteos médio e mínimo).

  • Balanço lateral do tronco e pelve durante a passada.

  • Observada em miopatias (ex. distrofia muscular), luxação congênita do quadril.

  • Andar oscilante, lembrando um “rebolado” de pato.

Screenshot_9.png

Como Avaliar a Marcha?

Alguns aspectos importantes a observar:

  • Observação Global: Observe o paciente andando livremente, de frente, de costas e de lado.

  • Base de apoio (largura entre os pés).

  • Comprimento do passo: por exemplo: passos curtos podem indicar Parkinson.

  • Oscilação dos braços (é reduzida na hemiparesia).

  • Alinhamento do corpo (inclinações pélvicas).

  • Fases da Marcha: Observe as duas fases principais (Apoio 60% e Balanço 40%)

Conclusão

A análise de marcha é uma ferramenta valiosa para identificar distúrbios neurológicos e ortopédicos. Cada tipo de marcha patológica tem características específicas que ajudam no diagnóstico. E você, já observou algum paciente com essas alterações? Como foi sua experiência? Deixe seu comentário e compartilhe suas dúvidas!


Deixe um comentário